domingo, 9 de novembro de 2008

"Com as Gaivotas", de Eugénio de Andrade

à tripla que rumou comigo ao Sul

Contente de me dar como as gaivotas
bebo o outono e a tarde arrefecida.
Perfeito o céu, perfeito o mar, e este amor
por mais que digam é perfeito como a vida.

Tenho tristezas como toda a gente.
E como toda a gente quero alegria.
Mas hoje sou de um céu que tem gaivotas,
leve o diabo esta morte dia a dia.

(in Os Amantes sem Dinheiro)

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