segunda-feira, 9 de março de 2009

Versos de Gérard de Cortanze

E se a chuva existisse
apenas no olhar
que tu me diriges?
A água, assim, viria
da alma. Mas o olhar
provém da chuva. Porque
sem a chuva - sem a consciência
dela, através dos olhos -,
o olhar não existe.
Assim, o olhar detém
um pouco de chuva,
na sua água: as
lágrimas - talvez?
Ou o mar. Ou a terra
quando a chuva a
devolve húmida ao olhar.

(in O Movimento das Coisas, trad. Isabel Aguiar Barcelos)

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