quarta-feira, 27 de maio de 2009

Versos de Casimiro de Brito

Contaminado pelo barro da vida
que já se afasta, corrompida,
basta-me este canto rouco. Anunciador
da madrugada? Mas onde estou eu, sem chão
nem jangada? Comido pela boca nocturna
só me restam umas sílabas escuras.
Com elas não sei o que fazer. A arte
da queda? Deixa acontecer.

(in Arte de Bem Morrer)

Sem comentários: