sexta-feira, 23 de julho de 2010

"Ovelhas na névoa", de Sylvia Plath

As colinas penetram na brancura.
Homens ou estrelas
olham-me com tristeza, desiludo-os.

O comboio deixa um rastro do seu alento.
Oh vagaroso
cavalo da cor da ferrugem.

Cascos, dolorosos sinos...
Toda a manhã
a manhã obscureceu

uma flor abandonada.
Os meus ossos absorvem a quietude, longínquos
campos enternecem o meu coração.

Ameaçam
levar-me para um céu
sem estrelas e sem pai: uma água negra.

(in Pela Água; trad. Maria de Lourdes Guimarães)

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