quarta-feira, 13 de junho de 2012

Um segundo poema de Dinarte Vasconcelos

lembrei-me que dois grãos de areia
são o mínimo para um poema

dois grãos de areia e o imenso atlântico
e o calado de um barco imerso

uma proa e eu o capitão
dois grãos de areia que caem

o galo que canta na manhã a bordo
e o vento cortado pelo mastro

lembrei-me que duas mãos
são o mínimo para um poema

e lembrei-me que um poema
- dois grãos de areia - é o mínimo

(in a viagem - a casa; ed. autor, 2012)