terça-feira, 8 de janeiro de 2013

"Morte", de Fernando Guimarães

Sabemos que de todas as sementes
é a mais pesada. Havemos de esperar
por ela. Acolhemo-la e nada
podia ser tão nosso. Compreendemos
que no seu interior talvez exista
a última seiva, o rumor de outra
germinação para que fique
junto dela. Descai silenciosa
e devagar. A terra é o nosso corpo.

(in Relâmpago. Revista de Poesia, 29-30; 2012)